Tempo de Jogo: 16:42h
Lembro de ano passado ver um episódio do Galinha Viajante sobre esse jogo e só pensei: Zelda? Amo! Souls? Gosto! Acabei pegando esse jogo para ver o que seria isso, não havia ouvido o episódio ainda e nem visto nada sobre ele, quis ir o mais cru possível para ter a experiência total.
Inicialmente, o que dizer desse jogo: toda a arte dele é uma carta de amor à The Legend of Zelda, mas ele não é mais um “zeldalike”, isso é apenas a ponta do iceberg, a gota de água que caiu em um lago. Quanto mais você conhece e explora, mais é perceptível que esse jogo é único, para quem gosta de quebrar a cabeça para aprender a jogar, bem-vindo à Tunic!

Gameplay
Quando comecei a jogar, entendi na hora o motivo de chamar de “RapoZelda e Fox Souls”, é nítido na gameplay que o jogo tem os principais elementos de um soulslike no combate, ele não é tão punitivo, mas se você bobear vai morrer algumas vezes e mesmo assim, você vai ter a sensação de estar jogando um Zeldinha no modo hard – faltou só o giro com a espada para ficar perfeito.
Além disso, você pode usar frascos com poções como congelamento para ajudar no combate ou usar magias através de armas equipáveis.

Além disso, é possível upar o personagens com certos upgrades encontrados dentro do jogo que ajudam a ter melhores status para enfrentar os bosses – que por sinal tem uns aqui que são fortes.
História
Imagine acordar em um lugar estranho e ter que explorar o mundo para saber o que está acontecendo, imaginou? Seria Zelda? Não! É Tunic. O jogo começa com a raposinha acordando em uma praia numa ilha cheia de monstros e nós não temos nem ideia do que fazer, o que nos resta fazer? Explorar! Nesta exploração podemos acabar sendo surpreendidos e mortos por algum inimigo e mortos, mas sem problemas, vamos encontrar a grande raposa e logo voltamos à vida e para nossa exploração – assim que a encontramos, dá para perceber quem tem como se fosse algumas barreiras de proteção nela que a impedem se sair de lá.

Ao longo dessa mini exploração, nós conseguimos achar uma espada e escudo para se defender de inimigos, mas a coisa mais importante que nós aprendemos nesse momento são sobre as páginas do manual. Este manual é o nosso principal guia não só para saber qual caminho seguir, mas também nos ajuda a resolver Puzzles, otimizar nosso combate e conhecer mais deste mundo.

Como mostrado na imagem acima, nossa primeira missão é procurar os sinos e tocar para então descobrir o que vai acontecer em seguida – isso é o que eu acho mais incrível nesse jogo, nada é falado diretamente para você, tá escrito, mas você precisa olhar com atenção aos detalhes pois TUDO está lá.
Depois de encontrar os sinos e tocarmos a porta do templo antes bloqueada, agora é destrancada e podemos acessar novas áreas do mapa e com isso vamos em busca de 3 peças para conseguirmos romper o que parece ser um selo e nesta busca pelas 3 peças, conhecemos a biblioteca onde está para mim a bossfight mais legal de Tunic – para quem gosta de um Soulslike, esse é o momento que você fica feliz ahahaha.

E depois desta luta fui para o The Quary e é aqui que começamos ver umas mudanças no ritmo do jogo, pois o que até agora era bonitinho, ficou com um tom extremamente opressor. Ao longo do jogo, nós vimos que determinados locais podemos recuperar nossas energias e existem algumas pedras com as quais podemos interagir, elas parecer emitir algum tipo de energia que vai nos auxiliar a nos teletransportar entre regiões, porém, neste lugar, estas pedras estão destruídas e a energia que deveria nos ajudar, começa a sugar toda nossa vida.
O lugar que vamos ter uma das primeiras grandes revelações do jogo é no Ziggurat, vimos diversos espíritos do que parecem ser raposas grandes com uma coloração similar ao das com o miasma que encontramos neste lugar e além disso, as pedras que abrem novos caminhos ao longo do jogo são feito desses espíritos!!!!

Depois de encontramos todas as 3 pedras, nós podemos romper o selo e ver a raposa gigante que encontramos no começo do jogo (assim que morremos a primeira vez kkkkkkkkk). Mas logo que vamos ao encontro dela somos atacados e mortos – até consegui tirar uma boa parte da vida do bicho, mas quando ele me acertou foi praticamente hit kill hahahaha.

Depois de morrermos, ficamos presos neste mundo espiritual que é chamado de “The Far Shore”, enquanto o mundo físico é chamado de “Canonical Plane” e nosso objetivo aqui é bem simples, recuperar todas as relíquias do Heróis para recuperarmos nosso corpo físico novamente e enfrentarmos a grande raposa.

Nesse local, nós vamos para a Catedral e lá é interessante pois encontramos os cristais de energia e muitas raposas como se estivessem possuídas devido o acesso a todo aquele poder e também é aqui que tem uma bossfight chata, não é difícil, mas é mais chatinha no sentido que temos que lutar 7 vezes para conseguir completá-la e nesse momento ainda estava bem fraco, com pouca vida, stamina e mana, por conta disso, precisa ter estratégia de qual inimigo vai invocar primeiro para lutar, em qual momento vai pegar o item para recuperar as forças para conseguir completar a misssão.
Depois de recuperar todas as relíquias, nós somos capazes de enfrentar a grande raposa novamente – e que luta difícil hein… a segunda fase dela é bem complicada, muito por conta que além de ter um golpe extremamente forte, ele solta miasma que reduz nossa barra de vida – assim que a derrotamos vem o primeiro grande tapa na cara, nós assumimos o seu papel naquele mundo de ficar preso dentro, conquistando o seu lugar de direito.

Com isso, nós finalizamos o jogo e Game Over? Sim, ao derrotá-la ocorre game over, pois para o verdadeiro final nós precisamos encontrar todas as páginas do manual de Tunic, porém é nesse momento que realmente começa o Verdadeiro Jogo.
Verdadeiro TUNIC
Agora vamos falar do verdadeiro jogo, aquilo que faz TUNIC ser um jogo único e incrível, a busca pelas últimas páginas do manual nada mais é do que O Puzzle Game! Agora estarei mostrando alguns dos momentos que mais gostei e que me fizeram apaixonar por este jogo:
As orações

Ao longo de todo o jogo nós passamos por locais que tem estas pedras que parecem algum tipo de pilar e também por lugares quem tem algumas marcações no chão, porém de início nós não conseguimos nenhum tipo de interação… de início… na verdade, quando chegamos nestes locais precisamos segurar o botão por 3 segundos para que possamos nos teletransportar ou fazer com que estes pilares se ativem e o mais legal, isso SEMPRE foi possível, mas nós não tínhamos essa informação.
Aprendendo a jogar

O manual nos oferece diversas dicas de itens que vamos encontrando ao longo do caminho que nos ajudam a nos fortalecer e assim conseguimos enfrentar com maior facilidade inimigos mais poderosos – Achei muito legal quando vi inicialmente isso, pois eu tinha muitos itens que não sabia para o que servia, mas depois que liberei essa página, é como se tudo fizesse sentido hahahaha, dá a impressão que o jogo vem e te diz, olha é assim que se faz tá!? Não precisa mais ficar sofrendo por ser fraco não.
HOLY CROSS!

Para mim é o segredo máximo de TUNIC, em vários momentos durante o jogo nós vamos nos deparando com duas palavras: HOLY CROSS e fiquei o tempo todo, o que é esse negócio? O jogo vai indo e nada de descobrir, mas quando pegamos essas duas páginas, parece que o jogo virou uma outra coisa… é como se o mundo nunca mais fosse o mesmo, quem não entendeu o que é faz o seguinte: pega seu controle e olha para o D-PAD e me diga que forma ele tem. Pronto, ta aí a resposta.
E essa informação muda COMPLETAMENTE o jogo, como mostra no manual, existem alguns lugares que possuem alguns desenhos, meio que formando caminhos igual um labirinto e com o HOLY CROSS – nunca mais vou chamar de outra forma – nós conseguimos resolver os enigmas que o jogo propõe.
O portão da Montanha Nevada

Quando alguém perguntar o que é um puzzle perfeito, é bem simples, eu vou mostrar isso. Mas o que tem demais nesse puzzle? Existe um grande portão nas montanhas que de jeito nenhum nós conseguimos passar (ficamos igual aquela raposa está), porém, agora que temos o HOLY CROSS tudo começa a fazer mais sentido e aqueles números que estão ali, na verdade são as páginas que vão nos dar o caminho para abrir essa porta.
Nota: Não é difícil montar o caminho, mas é um trabalho demorado, pegue um lápis e papel, vá em página por página, começando da 12 (igual o jogo mostra) e vá desenhando o caminho – eu montei os quadrados também para não confundir. Para mim foi triste, pois depois de montar eu tentei abrir e nada, tentei novamente, só que mais lento e nada… revisei o caminho e tentei novamente e nada, dei um check na internet e vi que estava tudo certo e nada… aí que percebi, meu controle estava desconectado o tempo todo hahahahahaha, fiquei quase 30min tentando para no fim ser somente um controle desconectado.
Quando consegui abrir o portão e subi a montanha, encontrei a capa do manual lá e é como se o desenvolvedor falasse: Eu amo Zelda! A capa do jogo é simplesmente uma homenagem a minha série de jogos favoritas, achei genial essa quest e aqui embaixo vou deixar as capas para verem a semelhança.

O Verdadeiro Final

Com todas as páginas em mãos, vamos voltar para ver a grande raposa e desta vez a RapoLink não vai enfrentá-la e sim entregar o manual completo e é nesse momento que acontece uma cena muito bonita, a grande raposa começa pega o manual, começa a chora e sua forma física volta a aparecer, é como se ela tivesse lembrado de tudo que aconteceu para chegar ali e o manual é a chave para o verdadeiro despertar.

Vou deixar umas opiniões aqui: dei uma pesquisada na internet e o pessoal já traduziu o manual completinho (aquelas palavras em uma língua estranha) e dentro de todo o contexto do jogo nós somos chamados de Ruin Seeker e isso para mim faz todo sentido com o que o jogo quer que você faça: Quebre o ciclo! O ciclo das raposas neste mundo é: nascer, explorar a ilha, obter as chaves, remover o selo da grande raposa, derrotá-la e assumir seu lugar, entretanto meu objetivo é outro… eu não vou enfrentá-la, vou fazer ela lembrar de quem ela, esse é nosso papel e esse é o Ruin Seeker.
Opiniões finais
Eu vou dizer que nós temos 2 jogos dentro de Tunic: o primeiro jogo é um jogo de ação e aventura estilo The Legend of Zelda com um toque de Dark Souls no combate, com um tempo entre 6-8 horas e o jogo demonstra a importância da exploração para progressão, busca por informações e fora as bossfights memoráveis. Além disso, o jogo para mim mesmo tem uma arte extremamente bonita e que lembra Link’s Awakening (que claramente foi uma inspiração), mas não é uma cópia pois ele tem identidade própria, se te mostrar uma imagem de um cenário deste jogo claramente vai saber que é TUNIC. Além disso, a música desse jogo é FANTÁSTICA, de início tem aquela impressão de ser simples, mas quanto mais você joga, mais entende que esse jogo é uma aula em todos os sentidos.
O outro jogo que temos aqui dentro é o puzzle game, esse é umas 8-12 horas de jogo e esse é o grande diferencial de TUNIC comparando com qualquer coisa, tudo que você precisa saber, tudo que você precisa fazer e tudo que você precisa: está no manual! O jogo quer que você busque pelo manual, veja com atenção as páginas e entenda o que precisa ser feito, por que para mim ficou claro que a única coisa que precisamos fazer o jogo inteiro é ler o manual (ter um lápis e papel por perto também é bem vindo hahahaha). Quando eu era criança e jogava PS1 e PS2, quando eu aprendia alguma coisa nova ou parava de jogar durante alguma missão eu sempre anotava em um pedaço de papel para não esquecer do que estava fazendo mais tarde (hoje ainda faço, mas em bloco de notas) e com Tunic é isso, muitas vezes ele meio que fala, anota por que vai ser importante se não vai ter que ficar vindo aqui ler o manual toda hora e como isso é genial.
No fim, só o que posso dizer é que amei esse jogo e até me arrependi de ter começado e parado lá em Agosto/2024, mas é a vida… muito trabalho, jogando muitas coisas ao mesmo tempo e acabei deixando inicialmente de lado por achar que era só mais um Zeldalike – errei feio! Mas posso dizer que o meu primeiro jogo de 2025 foi TUNIC e para o meu lado gamer esse foi o melhor começo que poderia imaginar. Agradeço o Galinha Viajante, pois se não fosse por eles eu nunca teria conhecido TUNIC, já se tornou um dos meus xodós.