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Clair Obscur: Expedition 33 – For Those Who Come After

Tempo de jogo: 71:25h

Assim que vi esse jogo, eu já pensei: vou comprar! E ainda na pré-venda já garanti o que se tornaria o meu jogo do ano! É difícil descrever o quão incrível ele é em todos os aspectos: história, combate, música, ambientação… simplesmente tudo é incrível e muito bem feito.

História

Encare a Artífice e pare o Gommage

Começamos o jogo em uma cidade chamada Lumière, que é uma ilha isolada que sofre anualmente com o Gommage: um evento catastrófico em que uma entidade conhecida como Artífice pinta um número em um monólito, causando o desaparecimento instantâneo de todas as pessoas que possuem aquela idade. Após 67 anos desse ciclo, a 33ª Expedição que é formada por voluntários condenados pelo próximo Gommage — em que nós acompanhamos Gustave, um engenheiro de 32 anos que perdeu sua amada Sophie no último evento e junto dele estão sua irmã adotiva Maelle (com 16 anos – ela está indo pois acha não faz parte daquela cidade), a maga Lune, a guerreira Sciel e outros companheiros e nossa missão é atravessar o mar e destruir a Artífice antes que ela volte a pintar no próximo ano..

A expedição enfrenta uma tragédia assim que chega an continente: são atacados por Renoir, um homem de cabelos brancos que comanda um exército de monstros (os Nevrons) e quase todos são massacrados e com a separação do grupo Gustave agora busca uma forma de encontrar Maelle e no meio do caminho se reencontra com Lune e posteriormente com Sciel.

Nem todo final é feliz…

Com o andar da história, Gustave e Maelle acabam sendo atacados de surpresa por Renoir e ele para salvá-la sacrifica-se para que ela possa fugir e pouco depois de sua morte surge Verso, um sobrevivente da 1ª Expedição que afirma ser filho de Renoir e revela que seu pai busca proteger a Artífice a qualquer custo, acreditando que sua imortalidade é uma dádiva dela. Verso se une ao grupo, que agora inclui também Monoco (uma criatura artificial chamada Gestral) e Esquie, uma entidade mística que os ajuda a viajar pelo continente.

No clímax, o grupo confronta a Artifície no topo do monólito e a derrota, dissipando o número pintado. Porém, sem sua proteção, toda Lumière desaparece, exceto Verso. Revela-se então que Renoir foi morto durante a escalada. Na despedida, Verso lê uma carta de Alicia (sua irmã mais nova), expondo a verdade: o Gommage era um mecanismo de Renoir para forçar Aline a sair da pintura, enquanto Clea alimentava o conflito.

Enfrente os mais poderosos inimigos e salve Lumière

E com isso descobrimos que a Artífice é, na verdade, Aline — esposa de Renoir e mãe de Verso e Maelle/Alicia e ela não é a causadora do Gommage e os números que pinta são avisos sobre as idades que Renoir, planeja “apagar”. E mais ainda, a verdade fica mais complexa: o mundo de Lumière e o continente não são reais, mas uma pintura criada por Verso (original) e após a morte de seu filho verdadeiro, em um incêndio provocado por rivais artísticos (os “Escritores”), Aline mergulhou na única tela que ele pintou em vida, recriando ali uma versão idealizada de sua família. Renoir entrou na pintura para resgatá-la, mas sua luta causou o Cataclismo que isolou Lumière. Enquanto isso, no mundo real, Clea (filha mais velha do casal Dessendre) entrou na tela e criou os Nevrons para drenar o Croma (essência criativa) de Aline, enfraquecendo-a e permitindo que Renoir iniciasse o Gommage.

Maelle, então se apresenta como Alicia — a irmã mais nova desfigurada no incêndio e que foi enviada por Clea para ajudar Renoir dentro da pintura. Porém, ao entrar, Alicia perdeu suas memórias e tornou-se uma criação da própria Aline.

Escolha seu lado!

A história termina com dois finais:

  • Final “ruim”: Se escolhermos o lado de Maelle, ela se torna a nova Artífice, preservando aquele quadro e “ressuscitando” todos os mortos, incluindo Verso (agora prisioneiro da pintura) e todos vivem uma perfeita vida de ilusão.
  • Final “bom”: no caminho de Verso, a Tela é destruída, libertando as almas presas. Alicia retorna ao mundo real, mas a família Dessendre começa a aceitar a morte de Verso e começam a seguir em frente depois da grande perda.
Escolha seu lado e defina o final

Durante a jornada, encontramos diários de expedições anteriores que mostram como Lumière sempre tentou avançar um pouco mais a cada tentativa. A frase “For those who come after” (Para aqueles que vierem depois) resume o espírito do jogo: mesmo que a expedição falhe, o importante é abrir caminho para a próxima.

Duas expedições me marcaram muito: a Expedição 70 e a Expedição 60.

A Expedição 70 era composta por alpinistas extremamente habilidosos, que deixaram ganchos espalhados pelo mundo para facilitar a locomoção — sério, achei isso sensacional! Sempre que ouço a frase “para os que vierem depois”, penso neles.

Agora, a excêntrica Expedição 60… imagine pessoas que treinam incansavelmente para terem um corpos perfeitos e andam nuas porque roupas atrapalham a agilidade e a aerodinâmica dos músculos — hahahaha é isso mesmo! Mas brincadeiras à parte, os marombas conseguiram quebrar uma barreira que a gente só vence enfrentando entidades quase divinas — tudo na base do músculo! Eles até descobriram a verdade, mas infelizmente o Gommage chegou, e eles não conseguiram sobreviver ao tempo. Triste, mas eles foram fodas. E provaram que os músculos eram a melhor arma! Hahahaha.

Combate: A Revolução do Sistema por Turnos

Um combate único e excepcional!

Com toda certeza esse é o coração de Clair Obscur: Expedition 33 está em seu sistema de combate, que mescla RPG de turno com ação em tempo real de uma forma única:

  • Defesa Dinâmica: Durante os turnos inimigos, podemos esquivar ou realizar parries (com timing preciso). Parries bem-sucedidos fazem ter contra-ataques devastadores, enquanto esquivas oferecem a chance de não sofrer dano e aprender a dominar o ritmo de cada inimigo.

  • QTE: Não é todo mundo que gosta, mas as habilidades especias exigem o quick-time events (QTEs) para maximizar dano ou efeito. Um aperto no botão em momento errado acabar com toda a estratégia.

  • Profundidade Tática: Cada membro do grupo possui mecânicas únicas:

    Um combate com diversas camadas
    • Lune (magia elemental) acumula “manchas” para desbloquear feitiços superiores.

    • Sciel (foice) usa cartas para prever e amplificar dano, sendo uma excelente suporte ofensiva.

    • Monoco (o “Gestral”) copia habilidades inimigas, roubando o pé dos inimigos (genial!).

    • Maelle altera entre posturas que aumentam o ataque e defesa e com isso ela se torna uma das principais escolhas!
    • Verso/Gustave equilibra acumulação de poder e resistência, sendo um excelente suporte defensivo.
  • Personalização com Pictos: Os Pictos são itens que nos fornecem habilidades de bônus passivos, e após 3 batalhas conseguimos o desbloqueio para seu uso contínuo com qualquer personagem através das “Luminas”, com isso conseguimos personalizar da nossa forma cada personagem com habilidades de ataque, defesa e suporte.

Mundo, Arte e Música

Um mundo baseado na Belle Époque

Se você curte arte ou história, vai perceber logo de cara que o jogo é uma celebração visual da cultura francesa, especialmente da Belle Époque. Isso está em tudo: na arquitetura, nos trajes, nos cenários, nas criaturas… cada elemento tem identidade própria, mas com características bem próximas ao estilo dessa época. Outro ponto marcante são os detalhes perturbadores espalhados pelo mundo: campos de batalha com pilhas de corpos de expedições anteriores deixam claro o quão arriscada é essa jornada e nos lembrar para tomarmos cuidados para não nos tornarmos os próximos.

Ao lado da beleza, vem a tragédia feita pelos Nevrons

E a trilha sonora? É incrível! Uma mistura de orquestrações épicas com tons melancólicos que mostram perfeitamente o mundo do jogo. Quando terminei e fui ouvir as músicas com mais atenção (e ler as letras, já que não entendo francês), percebi que elas contam tudo: o mundo, os personagens, os sentimentos e até os dilemas da jornada. É um retrato sonoro da nossa experiência – se alguém não quiser jogar, ouça as músicas que já vai valer a pena!

Conclusão

Simon, um dos inimigos mais difíceis que já enfrentei na vida!

É difícil falar sobre Clair Obscur: Expedition 33, porque ele é uma soma de tantas influências incríveis. É o primeiro jogo do estúdio, feito por uma equipe novata, mas que colocou tanto amor e dedicação que o resultado é simplesmente memorável. Não vou dizer que é perfeito, tem suas falhas, mas os pontos negativos são tão pequenos diante do que o jogo entrega, que nem vale a pena focar neles.

Na minha opinião, o jogo conseguiu “reinventar a roda” dos RPGs por turno com inovações ousadas e bem executadas. Quem vê de longe pode até achar que é um RPG de ação! E além de tudo isso, entrega uma profundidade emocional absurda. Teve dois momentos que me marcaram demais: o primeiro foi a morte do Gustave – eu realmente não esperava e fiquei em choque pelo momento, como também pela forma como aconteceu. O segundo foi a escolha final entre preservar ou destruir a tela. Fiz os dois finais, e destruir a tela me deu um alívio… foi quando, na minha visão, não só Maelle/Alicia, mas toda a família Dessendre aceitou a morte de Verso e finalmente conseguiu seguir em frente – deixando pra trás um mundo imaginário que, infelizmente, só trazia mais dor para todo mundo.

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